01/07.
…Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai! O que eu, ainda não sei…
Longa, ótima e já começada prosa entre Gilberto Gil, família e convidados. Tempo Rei (1996), Canal Brasil (66, SKI). Legal. Deu saudade. Ver Jorge Amado, como tantas vezes o vi na Biblioteca Central dos Barris, então… Grande Jorge! Que Deus o tenha. Incendiou o meu coração jovem com SEARA VERMELHA (da fase comunista) e TERRA DO SEM FIM, readubando-o com GABRIELA… Meu amigo Kleber Aguiar (Binho) também aparece tocando com o seu conterrâneo Gil, em Ituaçu, sua terra. Kátia, sua irmã, também aparece nos créditos. Amanhã, depois da corrida, eu escrevo, galera. Abraço.
22/06. LOUCURA TOTAL? QUEIMA DE ESTOQUE? O que aconteceu com o blog, ontem? A cada vez que consultava, tinha um assombro: 40, 50, 60 visitas a mais… Total 307! Por quê? 30, 40, 50 visitas no dia … Normal. Só passou disso no começo, quando a enganosa manchete DESVIO NO SINDJUFE É DE MAIS DE MEIO MILHÃO! arrastou MAIS DE 1500 (MAIS DE 500 SÓ NESTA SEMANA) atônitos pares de olhos, já nos primeiros 20 dias do blog. Naquela época (há quase um ano), davam mais de 100 espiadas por aqui todo dia, chegando ao máximo de 178… Mas aquela matéria falava do que mobiliza qualquer olho em qualquer lugar: grana, escândalo! Explicando: a manchete era enganosa porque O DESVIO NO SINDJUFE NÃO ERA DE MAIS DE MEIO MILHÃO (eu me enganei!). A manchete correta seria: DESVIO CONHECIDO NO SINDJUFE É DE MAIS DE TRÊS MILHÕES! Lembremos que só foram examinados alguns extratos bancários do período janeiro de 2005 a 30 de setembro de 2007 , como o perito Kleber Marruaz ressaltou na famosa fl. 06 da AUDITORIA. Veja cópias digitalizadas do RELATÓRIO DO AUDITOR em FERVIDOS E MAL PAGOS?, ELE ESTÁ SÓ. E SEM O QUE FALAR!, LÁ e CÁ. MAS FALTA UM LÁ e no próprio DESVIO NO SINDJUFE É DE MAIS DE MEIO MILHÃO!. Mais esclarecimentos em O ZIGUE-ZAGUE DAS PALAVRAS, NADA MAIS DO QUE A VERDADE? e BLEFE.
Voltando aos 307: por quê? Meu deus… Serias tu, Geysi? Se foi, NÃO é merecido!
Obrigado pelas visitas (passamos dos 12.000, viu?) e Viva São João.
…………………………….BECHARA, GEYSI E O LIVRO “POR UMA VIDA MELHOR”
Como já antigo egresso da classe C, degustador da língua e usuário regular da gramática, confesso que fiquei incomodado quando soube, apesar das gargalhadas. Riam o professor e uma geração de aprendizes de leitura em inglês, boa parte dela oriunda da escola de letras da Ufba. Para eles, o que se comentava naquele momento (isso há coisa de um ano) já era velho, há muito. E o que se comentava? Uma certa linha política acadêmica e o conceito linguístico básico que, diferente do gramático, não vê diferença entre “pobrema” e problema, por exemplo. Para esse conceito e para o próprio linguista, que é o coletor da língua no meio ambiente, não há valor na forma encontrada. A ele, como ao biólogo em seu trabalho de campo, apenas caberia registrar o achado. Assim, a fala “errada” do povo não é errada. Ela vale tanto quanto a culta… Ela é só diferente. O padrão culto é um, o popular é outro…
Já para o gramático, ou seja, o capataz da norma culta sem a qual o cidadão (popular ou não) não enriqueceria a sua fala nem as suas chances de êxito pessoal, o padrão culto é um e o popular, outro, mas é preciso que se diga, também, que “formas populares” como “os livro”, “pobrema”, “nois vai”, “menas”, etc não são “formas populares”. São formas da exclusão, que a boa escola corrige. Deveriam, portanto, merecer do linguista a atenção que lhe dá o gramático, mesmo porque não se chega à pesquisa sem passar pela norma. Como você deve ter notado, leitor, esta foi a polêmica que cruzou a imprensa recentemente, envolvendo o governo, a esquerda, o congresso e o livro POR UMA VIDA MELHOR, tudo isso sob um título : “preconceito linguístico”. Dados o fenômeno fashion que foi à época, a força do exemplo e o fato de o texto GEYSI, UMA BRASILEIRA não ter podido sair no Informativo Sindjufe (linguistas, gramáticos e conselheiros de ética, por favor, digam por quê), aproveito para reapresentá-lo:
Se deu polícia e até axé, boa coisa não pode ter sido. Geisy é uma brasileira; o Axé, nem se fala, até por pouco estudo. E a Universidade Bandeirantes (UNIBAN), a julgar pela participação da sua célebre aluna no CQC, também. CQC (Custe o Que Custar) é um venenosíssimo programa de humor da TV Bandeirantes que, entre outros, apresenta um quadro chamado CQTeste. Foi nele que, em 23/11, Geysi revelou o seu lado nacional menos feliz.
Onde fica a Ilha de Galápagos? Qualquer estudante de 2º grau razoável deveria responder bem esta pergunta, ainda que não estivesse disputando vaga em universidade decente. Geysi, entretanto, não soube mostrar às câmeras os méritos que a levaram ao curso de Turismo da Uniban. “China”, respondeu, hesitando entre três alternativas. Devendo apontar o maior planeta do sistema solar, a pobre estudante de vinte anos e corpo não tão acadêmico assim não titubeou: “Terra”. Informada da resposta certa, indagou: “pra quê Júpiter precisa ser tão grande se ninguém mora lá?”. Espirituosa. É preciso ressaltar que a jovem (loira?) que se notabilizou por alarmar a sua “universidade” com o seu vestido curto não acertou nenhuma das questões enfrentadas. E não foi isso o que a levou à mídia, como se sabe. Somos sérios?
Imitaremos algum dia a pequena e outrora pobre Coréia do Sul (capitalista) e nos tornaremos desenvolvidos? Conhece-se algum país rico com povo iletrado? E povo desenvolvido sem escola que preste? Não. E somos o que somos graças a nós mesmos. Não o devemos a ninguém! Qual de nós toleraria um amigo ou parente que agisse com os seus bens como o Brasil age com os seus? De 1822 (independência) para cá houve tempo de nos tornarmos maiores de idade? Só entre FHC e Lula jogamos 16 anos fora. Sim, a nossa elite dirigente sempre foi menor e uma das mais irresponsáveis do mundo (senão a mais). E isso não se restringe à “direita”. Sim, essa elite nunca esteve nem aí para o País, como prova a sua educação básica. Mas, também, o “país” nunca esteve nem aí para si mesmo. E, nele, jazem, despreocupada e ritmicamente, tanto “esquerdas” quanto os movimentos de base, como o Negro, por exemplo. Será que, algum dia, algum de nós dirá: “I have a dream”? Na recente posse de mais 160 servidores do TRT/BA, não havia um único negro. Numa cidade negra. Por quê? Porque a seleção para o serviço público não pode ser outra senão a do mérito e da melhor escola.
Eu quero é mais!, dizemos nós. As elites, também, inclusive a de “esquerda” e seus similares. Só que todos eles se nutrem desse mesmo povo alijado e do Estado que ele sustenta, por sinal um dos mais caros e felizes do mundo, segundo o noticiário. O nosso problema é dinheiro? Não pode ser.
Geysi foi expulsa da faculdade cujo cérebro o seu vestido agitou, por “…flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade…“, no dizer da escola. Volta a pergunta: somos sérios?
Texto Publicado em novembro de 2009, em http://protogenescontraacorrupcao.ning.com/profiles/blogs/geysi-uma-brasileira e http://sopensar.com.br/?p=115Não há preconceito que preste, digamos logo de cara. Mas essa estória de dizer que os padrões são iguais, que cada um tem o seu valor… Na vida real, isso cheira meio insincero, mesmo porque nenhum de nós perde a oportunidade de oferecer a um filho a melhor escola que pode. E quem aplaudiria um “nóis vai”, em casa? Vai direto na autoestima, né? E um “pobrema” dito numa entrevista para emprego? Para o linguista, no seu ambiente de trabalho, tudo bem. Mas para uma sala de aula ou um livro didático a não ser para corrigir… Fico com o gramático. Não vamos esquecer que, quando se candidatou pela primeira vez (1989), Lula da Silva não se dava bem com a gramática, o que o tornava ainda mais legítimo. Quando eleito, o seu aguçado senso político, somado à inteligência pessoal e a todo tipo de assessoria, já havia reordenado a sua fala histórica, provando que os seus “defeitos” não eram de fábrica ou populares, mas sócio–históricos. Por que não mantiveram o candidato falando “como o povo” (veja o emocionante Lula, o Filho do Brasil)?
Ora, há de se notar que, já no primeiro semestre de qualquer escola de Direito, o mais comum dos matriculados logo procura falar como um consagrado jurista, apesar de suas petições demorarem de se tornar legíveis. Se é assim, se o padrão culto (a boa escola ou, às vezes, até uma certa pose) é fundamental para o progresso pessoal e social de um país, o que levaria um livro didático recém-saído do forno acadêmico a autorizar o seu usuário a relaxar com a sua possível deficiência histórica? Trecho:
“Claro que pode”? E no vestibular, pode? E nas provas de concurso (para Auditor, Promotor, Diplomata, Juiz…)? Quem teve boa escola ou saltou a fogueira através de bolsa em cursinho (obrigado, Profo. Muniz- Colégio Universitário) e livro do professor (doado por editoras, como é o caso deste leitor tardio) quer o seu rebento é dominando a norma culta para a sua possível projeção, minha cumade. Aliás, devo agradecer, também, ao extinto Colégio Águia, que fez uns dois ou três Concurso Águia-TV Aratu, de onde saí com bolsa integral, como um dos primeiros colocados. Foi graças a ele, aos livros recolhidos em editoras (com exercícios respondidos) e ao Colégio Universitário que, em 1979, entrei em Medicina na Ufba, tendo passado na Baiana, também. Felizmente, não se falava em “preconceito linguístico”, na época. Seja sincero, leitor: para UM PAÍS DE NÃO LEITORES, como, não faz muito, escancarou horrivelmente a britânica The Economist, não é muito? Fiquemos só com as 04 primeiras linhas da revista:
“…MANY Brazilians cannot read. In 2000, a quarter of those aged 15 and older were functionally illiterate. Many simply do not want to. Only one literate adult in three reads books. The average Brazilian reads 1.8 non-academic books a year—less than half the figure in Europe and theUnited States. In a recent survey of reading habits, Brazilians came 27th out of 30 countries, spending 5.2 hours a week with a book. Argentines, their neighbours, ranked 18th…”
Em português médio: “…muitos brasileiros não podem ler. Em 2000, um quarto dos que tinham 15 anos ou mais eram analfabetos funcionais (…) Apenas um alfabetizado adulto, em três, lê livros. Na média, os brasileiros leem 1,8 livros não acadêmicos por ano- menos da metade do que ocorre na Europa e nos EUA. Em recente pesquisa sobre hábito de leitura, os brasileiros ficaram em 27º lugar, entre 30 países, destinando 5.2 horas por semana a um livro. Os Argentinos, seus vizinhos, ficaram em 18º lugar…”
http://www.economist.com/node/5636369
Enquanto isso a autora do livro POR UMA VIDA MELHOR perde tempo com “nós pega o peixe” e uma certa doença infantil talvez de esquerdismo:
“É importante saber o seguinte: as duas variantes [norma culta e popular] são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”
Meu deus! Ela só falta sofrer pelo fato de não serem 100% os brasileiros fora da variante culta… Percebeu o porquê dos risos e das raivas naquela aula de inglês, leitor? E isso aí é o suprassumo da esquerda acadêmica, viu? É uma galera muito competente! “Eficientes” para quê e quem, minha cumade? Até que ponto? Já pensou se no Brasil NÃO fossem todos geniais como Luiz Gonzaga, Romário e o Ministro Joaquim Barbosa, leitor? Não sei de onde a revista inglesa tirou que somos uma nação de não leitores… Será que ela anda lendo a nossa “produção” “acadêmica“? Tô achando é que já passou da hora de uma espécie de Plano Real para a Educação. O que você acha, leitor? Veja o que diz o octogenário professor, doutor e profuso autor Evanildo Bechara, nas páginas amarelas de Veja de 01/06/11:
leia a entrevista, leitor:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
Veja, também:
PROFo. Dr. UBIRATAN CASTRO DE ARAÚJO
HISTÓRIA DA BONDADE: PROFESSOR CID TEIXEIRA
A RIQUEZA E A POBREZA DAS NAÇÕES
VOCABULÁRIO DE IDEIAS PASSADAS