06/01-  PERGUNTA: Estávamos a bordo de uma potente havaiana, quando meu filho (10 anos) perguntou: “pai, por que só tem pobre negro?“. Ele havia quase tropeçado em um morador de rua, sob uma árvore…

                                                                    MULTIUSO 12

01/01 Acabo de vir do Farol, onde, de longe, ouvi Margareth Menezes reinventar Geni, de Chico. Uma  PANCADA!  Pena não haver (que eu saiba) em CD ou DVD. Por que de longe? Porque, também como uma pessoa de esquerda, gosto do povão bruto e destroçado pela TV. Confesso: também procuro praias distantes, de pouco acesso às massas somente úteis em eleição. Procuro praias bem frequentadas, digamos. Agora, então, com esse carrão! Não vou dizer qual é, mas é… É ela! Passar por um quebra-mola é uma delícia (todo mundo ri. Sabe como é pobre, né? Adora rir). Não chega a ser um Carlton, mas é um raro prazer (http://www.youtube.com/watch?v=GFOopjOQUbo). Por um buraco, de preferência grande, então… Pena não haver estradas só com quebra-molas, né?

Dei o meu Cross-foxzinho, que se assustava com tudo, e mais a pequena fortunazinha que recebi de sinal pela venda do AP anterior.  Como o atual está financiado desde a planta, é como se tivesse comprado a moçona [sim, a gostosona, a Angie Cepeda – veja Pantaleão e as Visitadoras– de 04 rodas. Não é zero, mas é Ela! E bem jovem, ainda! Pouco rodada…] financiada a juros de imóvel.

Confesso que, quando o empresário do ramo me ligou (ele também é chegado com um pé calçado outro não, na rodoviária… Mas, hoje, como o dono do Atacarejo, é rico), falando não no Troller que procurei, mas na bichona (aquela que, segundo as más línguas… (veja INSENSATO CORAÇÃO), deu tremedeira. A sorte é que não houve não que o demovesse. E por um preço, digamos, bem camarada. O fato é que já estou aí há uns 15 dias com a moçona educada, gentil mas, se necessário, brava, ignorante. Grossa, pra falar a verdade. O medo ainda é grande (de tudo: assalto, manutenção, ipva, seguro…), o que é bastante compreensível para um certo passado (tem quem não sinta, mas, não é o meu caso).

Agora, meu amigo, vou lhe dizer: de dentro daquela cabinona, só saio a bala, como disse um certo ministro (veja LA VIDA POR LA IZQUIERDA E O ADVOGADO DO EX-MINISTRO ORLANDO SILVA). Inclusive porque, agora, entendo os cubanos (veja MULTIUSO 12) e os brasileiros que optam por conforto, grandes pneus e  suspensão cheios de tesão. Tração, quero dizer.  Como já bati nos 50 e o meu dindinzinho é liso, explicável e declarado, eu  mereço, como disse o revendedor.

Feliz ano novo, que estou adorando.

Texto de Jorge Dantas:

<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>A MULHER

Não um tratado, que é impossível, por ser mistério. Umas impressões. Mulher é algo único no mundo, a  nada comparável. Mas há um ideal de mulher. E a não ser que se deforme muito, toda mulher é este ideal: um eterno feminino!  E não digam que isto é machismo. A mulher há que ser um encanto,  mais que uma força. Mas há que ser forte, um jeito forte de ser mulher.

O homem que é mais forte do que uma mulher é um engano. Ele só tem que parecer mais forte. Qualquer coisa além disso é covarde. Mas pode fazer o papel de se impor. Só o papel. Tudo é papel e máscara. Tudo é teatro, isto é: tudo é verdadeiro, se for assumido o papel. De mulher sei muito mais o que falar, mais meandros e mistérios, mais sutilezas e soslaios. Do homem não se tem muito o que dizer: é retilíneo. E sinuosa é a mulher.

A mulher não precisa ser jovem. Mas pode ser. Nunca imatura. A mulher deve discretamente amadurecer mais cedo e sempre. O homem fica a se mirar vaidoso, achando-se forte. A mulher tem que ser forte e ter fama de vaidosa. Sei lá se o homem precisa ser maduro…nem sei se amadurece…A mulher logo, logo, de algum modo vai ser mãe. Imagine: ser mãe!  E, portanto, madura. A mulher, se for linda ou pelo menos bela, é coisa agradável. Mas precisa ser de um conjunto sedutor. E precisa ser colo não só do filho: todo homem é filho. O homem, julgando-se forte, o que mais quer é colo. Colo marmóreo como se dizia antanho, ou colo negro ou canela. Mas, macio ou até flácido, que é confortável.

A mulher deve ser silente e ouvinte, e no fim dar, sem dizer, a última palavra.
Falar só para exercitar a voz, talvez o pensamento. A mulher deve saber olhar, mostrando ou dissimulando o que sente. E saber até o que não sabe dizer, e dizer o que vir que deve dizer. Nunca imprudente. O homem é sábio de saber (quando é). Ela, de sabor. Ele não, e talvez até por falta de fogão, senhores machistas! E mesmo quando é, é carente. A mulher é toda autossuficiente e faz pro homem que ele é que é forte. E que nela falta a força que nele sobra. E é assim que ela o fortalece. Se ele é sábio, sabe, mas faz que não sabe e faz o jogo: o amor é teatro, é dança. Se não,  pensa que é forte e erra o passo. Pisa e tropeça.

O homem é vaidoso sem pudor. A mulher é faceira e insinuante.  Se ela é vaidosa? E daí? Ela não tem a coisa mais linda do mundo, os seios? Não é dEla a graça que, com ardor, buscam tantos peregrinos: o bum-bum? Não é dEla a mão que, quando toca, turva e adormece? Não foi dEla, afinal, a costela, com que deus fez o centro de todos os milagres, na terra? Quem é que faz amor como se não fosse homem o que bota a gozar? Por que não pode ser vaidosa?

Pode e deve. Discrição? Deve haver. Mais por precaução, na verdade. Ou para o charme e a dúvida: nunca o homem saberá o que é mesmo a mulher. Aliás, nem ela, que, de si, tem apenas um pressentimento. Presentimento que a guia, claro… Junto com as manhas, que a tornam verdadeira. Nada do outro mundo, aliás. Nada que os séculos  não saibam. Nem a aranha e a sua teia. Por ser mulher, ela é macia e indizível. Por ser rígido, ele é aquilo mesmo que parece.

Desnuda, ela se cobre de véus e dança.  Untam-se os trapézios. Ele avança. Ampara-o a teia.

*Analista Judiciário/TRT 25/12/2011

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A MOÇA TECELÃ

A MOÇA DAS FLORES 

A VIAGEM